Nos últimos meses, uma notícia que poderia ser somente curiosa vem se tornando motivo de preocupação e, em algumas vezes, de tristeza e consternação. Estamos falando da explosão dos bueiros nas calçadas, que por vezes atingem pessoas desavisadas ou, em casos mais graves, sistemas de tubulação de bares e restaurantes, fazendo muitas vítimas.
A cidade do Rio de Janeiro ficou famosa nos últimos tempos por esses tristes incidentes, mas ver seus bueiros de repente saltarem pelos ares não é uma exclusividade do povo carioca.
Esse tipo de fenômeno não acontece do nada e pode facilmente ser explicado. A maioria das cidades brasileiras cresceu sem qualquer tipo de planejamento, seja naquilo que está acima do solo ou na parte estrutural que fica por debaixo da terra e que não enxergamos cotidianamente. Basta um pequeno entupimento em algum ponto do sistema para toda sua fragilidade vir à tona.
Com o passar dos anos e a crescente terceirização de serviços básicos que antes eram realizados pelo poder público tais como energia, gás e telefonia, cada empresa fica responsável por suas redes, fazendo reparos e alterações sem se comunicar com as demais companhias, não ligando para o reflexo de suas ações no sistema como um todo.
O problema se agrava com a falta de manutenção desses serviços. Então, esconder fiação de postes sob o solo pode ser uma boa medida urbanística, mas de nada adianta se isso for feito de maneira desorganizada. É essa a situação do Rio de Janeiro, cidade com mais redes subterrâneas de eletricidade do que outras capitais.
Desde 2010 foram registradas 27 explosões no Rio, com pelo menos 13 feridos. Mas o perigo não está só na cidade maravilhosa. Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, já registrou uma explosão este ano. E em São Paulo o mapeamento subterrâneo só começou a ser feito após o destaque que tiveram acidentes no Rio.
