Como as minhocas se locomovem

Muito mais do que atrair peixes para o anzol, as minhocas exercem funções essenciais. Algumas são até chamadas de arado natural, por afofarem o solo. Entretanto, algumas também podem causar estragos em florestas inteiras, ao se alimentar de folhas e húmus que protegem o solo.

A minhoca é um verme anelídeo, de corpo segmentado. Esses parentes da sanguessuga são seres hermafroditas, mas não se reproduzem sozinhos. Para que ocorra a reprodução é preciso que exista a união com outro para a troca de espermas, o que recebe o nome de fecundação cruzada.

Desde que surgiram no Planeta Terra, há cerca de 500 milhões de anos, são classificadas cerca de 4.500 tipos de minhocas, e as suas utilidades são tão variadas quanto o seu número de espécies. Com elas se produzem até mesmo cosméticos, possíveis drogas para a cura do câncer e ainda servem como ingredientes para receitas típicas da China, França e Brasil, especificamente no estado do Pará.

As minhocas se alimentam de organismos animais mortos e vários tipos de vegetação. Durante a sua movimentação, ingerem terra, aproveitam todo o material orgânico e eliminam resíduos, fertilizando o solo. Mas não para por aí. Esse húmus, ou seja, matéria orgânica em decomposição, é rico em fósforo, nitrogênio e potássio, nutrientes essenciais para o crescimento das plantas. Além disso, ao escavar o solo, as minhocas formam diversos túneis que auxiliam na aeração das raízes e a penetração de água da chuva. E tudo isso acontece durante a sua locomoção.

O corpo desses animais é dividido em pequenos anéis, tanto do lado de fora do corpo da minhoca, como em seu interior. Cada anel possui os seus próprios músculos. Assim, para se mover, a minhoca alonga uma parte do corpo e encurta outra, movimento sucessivo chamado de “alonga-encurta”.

A maneira como se locomovem pode ser comparada à distensão de uma mangueira cheia de água com as extremidades fechadas. A minhoca impulsiona seus segmentos anteriores, provocando uma onda que se desloca para trás de seu corpo. Simultaneamente, na região anterior, a musculatura circular contrai e a longitudinal relaxa, fazendo com que seus anéis se tornem mais finos e alongados e suas cerdas se mantenham retraídas. Na região posterior, para onde se desloca a onda, a musculatura circular relaxa e a longitudinal contrai, fazendo com que seus anéis se tornem mais largos e curtos e suas cerdas sejam expelidas se fixando no solo. Dessa forma a minhoca estabelece um ponto de apoio e se impulsiona para frente.